Volto ao assunto da oração pelas chaves. Alguns motivos me impulsionam a escrever novamente. Quando emitimos opinião, que podem ir de encontro com aquilo que é aceito em nosso meio evangélico, somos taxados de contrários. Pode ser algo que é aceito sem uma análise, sem um questionamento, sem nenhuma ponderação, algo que a maioria do povão acha normal. Simplesmente por contrariar o sistema, o ministério, ou seja, quem for o defensor de qualquer modismo, a nossa opinião é tida como, alguém que é contrário às BENÇÃOS de Deus e ao ministério. Não sabem aceitar como uma opinião.
Deus criou os humanos passíveis de questionamentos, críticas, opiniões e visão diversas. Por discordarmos de algo, não significa que estamos contra Deus, o pastor o ministério seja lá quem for. Têm-se uma compreensão diferenciada, não significa que queremos mudar a liturgia, os costumes ou os modismos de quem aderiu a eles. Mas sim levar as pessoas a analisarem, refletirem e decidirem por si mesmo.
Uma das atitudes que exigem mais determinação e segurança da parte de quem a pratica é aquela que não faz parte do senso comum. Ser alguém que, mesmo sozinho, se mantém firme em suas convicções exige estar bem consigo mesmo. Se essas convicções dizem respeito à prática da fé, só consegue ter essa atitude determinada quem está bem com seu Criador e se dispõe a seguir os padrões que Ele determinou. Principalmente se, para manter suas convicções, a pessoa corra riscos ou precise enfrentar situações difíceis, como discriminação, opressão, perseguição, coerção etc.
Orar por chaves. Já escrevi em outro texto, que chave é um objeto inanimado. Podem dizer: É força de expressão! Tudo bem, então porque não chamamos o dono das chaves e fazemos uma oração específica por ele? E porque oramos apenas por chaves de carro, casa, moto e nada mais? Porque não oramos pela carteira de motorista, diplomas, documentos etc.? Um jovem ganhou uma bicicleta com cadeado, e disse que iria levar as chaves do cadeado para orarem por elas. Alguém repreendeu dizendo: Que absurdo! Se fosse pelo menos uma moto, mas uma bicicleta, que vergonha! Chaves de cadeado, certificados etc., não é algo que trás ambição, o povo não quer isso, não estimula a fé de ninguém.
Apenas uma vez vi um Cabo que foi promovido a Sargento, ele levou sua faixa de sargento que iria usar na farda, e pediu que orassem por ela. Ninguém ligou, não houve o grito de guerra. De quem será a próxima? Afinal, nem todos podem ser sargentos, só os poucos cabos que estavam presentes no culto ficaram motivados. É interessante o grito de guerra para a aquisição de chaves. De quem será a próxima? Minha! O povão clama. E quando chega a próxima vez, nem sempre é de quem gritou. Lembro que em uma ocasião, perguntou de quem era a próxima chave a ser orada e apresentada, todos disseram: Minha! E não foi de ninguém, mas de alguém que não era cristão. Ele trouxe as chaves para receberem oração, mas ele mesmo não quis oração para salvação.
Lembro ainda que em outra ocasião quando falaram o grito de guerra. É Minha! Não foi de ninguém a próxima chave, mas minha, do meu carro, e eu nem havia gritado. Apesar de alguém ter dito antes que eu não tinha carro por ser crítico, por isso Deus não me abençoava, recebi as chaves de um carro. E eu não disse que a próxima era a minha. Porque será que o povão não recebeu? Alguém pode culpar eles mesmo. Falta de fé! Ás vezes não tomamos uma posição, com medo da retaliação da maioria. Ficamos pensando: Se ensinarmos corretamente povo pode fechar a mão, vamos deixar pra lá, não tem nada a ver! Precisamos tomar atitude de ensinar aquilo que é correto.
Acredito que estas coisas têm que acontecer, não conseguiremos evitar os modismos, a febre da prosperidade financeira, culto de milagres específicos, guerra espiritual e outras heresias. Isso só terá que se alastrar a cada dia. Quando criticamos, ensinamos, não significa que queremos extinguir isso da igreja, até porque não tem reversão. Mas a idéia é salvar alguns... Hoje na opinião da maioria, para identificar uma igreja abençoada é só olhar para o estacionamento.
Se tiverem muitos carros, e de preferência novo, está ai uma igreja abençoada. E a maturidade espiritual? As características de uma vida cristã? E o fruto do Espírito? Isso diante da prosperidade e vitória financeira, não é tão relevante, deixemos isso por último. Vamos construir fazer campanhas, arrecadar, aumentar as entradas, e depois se houver tempo, evangelizar, visitar, orar, discipular etc. Mas lembre-se, se houver tempo. Nem para ler a Bíblia temos tempo, afinal os textos que falam de riquezas e bênçãos materias já estão todos grifados mesmos é só ler e pronto.