Meu Comentário sobre o Artigo de Iuri Andréas Reblin
Escola Superior de Teologia
Geziel Silva Costa
Escola Superior de Teologia
O grande educador Rubem Alves faz
distinção entre o educador e o professor. Para ele, educador está em extinção,
restando muitos professores que estão em sala de aula com seus produtos e suas
fórmulas e lógicas a serem implantadas nos alunos como se eles fossem máquinas
recarregáveis. O educador não é função, mas vocação, e quem tem vocação leciona
com amor, produzindo esperança. Lecionar com amor é atitude de educador, que
não se preocupa só com suas remunerações, mas ensina com paixão para
transformar.
A escola não deve limitar-se em
transmitir apenas o saber negando as aspirações das crianças. Mas sim adaptar
ao saber o prazer, isto é: Estimular a criança a aprender enquanto brinca.
Aprender por prazer é uma atitude que produz resultados plausíveis. Segundo
Alves, o vestibular tirou o prazer de aprender, e as pessoas agora aprendem por
necessidade, e não mais por prazer, desenvolvendo resultados negativos em sua
aprendizagem. Buscam conhecimento por necessidade, sem estímulo, sem
sentimentos prazerosos que geram mudanças.
Segundo Alves, a utilização da
aprendizagem no dia a dia seria mais eficiente. Os conteúdos escolares deveriam
ser modificados fazendo parte da realidade de cada aluno, por exemplo: Ir ao
mercado praticar matemática, seria algo prazeroso e próximo da realidade do
aluno, assim ele aprenderia não somente as técnicas e as fórmulas, que para ele
são sem sentido e sem significado. Seria necessário o ensino da arte, da
música, teatro etc. assim o prazer de aprender estaria estampado em cada rosto.
Outro exemplo que Alves mostra sobre as
diferenças de escola que ensinam e que fingem ensinar são: Escolas gaiolas e
Escolas Asas. As escolas gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a
arte de voar. Assim ficam presos às gaiolas, sujeitos limitados e sobre
controle sem condições de mostrar seu potencial de voo. As Escolas Asas não
ensinam a voar, porque o voo é nato nestes pássaros. Todavia elas encorajam ao
voo, fazendo com que os pássaros voem mais alto, e se apreciam com a capacidade
de voo de cada pássaro e se orgulham disso.
O
programa educacional do corpo e a totalidade do indivíduo, o indivíduo em seu
todo precisa de instrução. Assim Alves resume a aprendizagem como ferramentas e
aprendizagem como brinquedos. A caixa de ferramentas são os conhecimentos que
obtemos para resolvermos os problemas vitais da vida que surgem no nosso dia a
dia. Assim podemos voar pelos caminhos do mundo através das ferramentas que são
os conhecimentos. E com o conhecimento que obtemos, não ficamos presos ou
ignorantes frente a situações problemáticas, mas lidamos com maestria com as
adversidades. Brinquedos são as coisas que dão prazer à alma. Com os brinquedos
podemos voar pelos caminhos da emoção, satisfação e realização que são
faculdades da alma.
As
escolas enquanto asas impulsionam o ser humano tanto adulto como crianças a
alçarem voo, ir além, caminhar só, desenvolverem seus pensamentos próprios,
sonhar e realizar seus próprios sonhos, ao invés de serem parte do sistema
alienante, ou uma engrenagem simples no sistema burocrático-mercantilista.
Escolas que promovem o voo, também desperta a visão para ver o mundo, a
natureza e a realidade do sistema e da vida em sua volta.