A fé é muito mais que um pensamento religioso, está intrínseca nas nossas relações, nas pessoas como também em nossa causa e maneira de ver o mundo como o discernimento do bem e do mau e a forma como nos relacionamos e vemos as pessoas. Quantos aos animais, estes estão mais programados no acasalamento, cuidado com os filhotes e também a alimentação. Todavia nenhum deles questiona da mesma maneira que os humanos sobre no que consiste a vida.
Vivemo-nos perguntando de onde viemos e para onde vamos. Falamos de céu e inferno, de passado presente e futuro. Enquanto que os animais não tem noção do tempo, do espaço e das circunstancia, nós temos e projetamos nossos propósitos em busca de sentido e não vivemos apenas de coisas básicas da vida.
Paul Tillich (Teológo alemão) afirma que a fé não está condicionada apenas a religião, mas nas preocupações últimas de nossa vida, seja o sucesso, a família, estudos, poder ou influência. A fé tem a ver com as apostas de nossa vida. Antes de pertencermos a qualquer denominação, já estamos engajados nas questões de fé e nos preocupamos com a dignidade. Segundo H. Richard Niebuhuhr a fé implica alinhar o coração ou vontade a um compromisso de lealdade e confiança. Fé é colocar o coração em alguém ou algo, é um compromisso moldando sua vida e carácter por este compromisso.
Smith admite que se a compreensão de fé são os credos e formalizações doutrinárias, é possíveis algumas pessoas viverem sem fé, mas se o entendimento de fé for a lealdade a um centro de valor e poder, então a questão da fé religiosa torna-se possível e aberta. Todas as paráfrases apresentadas por Smith mostra que a fé é um verbo pelo qual podemos modelar as experiências da vida crendo ou confiando em alguém ou algo. Também a fé é algo relacional, precisamos crer em, sempre tem o outro.
O autor também discorre sobre a fé como imaginação relacionando nossa imaginação a um ambiente útil, uma vida tranquila e estabilizada onde imaginamos o sucesso e o bem estar familiar. Na nossa vida sempre existe a tempestade e às vezes somos puxados fortemente contra nossos propósitos e objetivos. As intempéries da vida nos abalam, mas a fé está incumbida de por em ordem estas tempestades. Ela ordena as coisas desalinhadas em seu devido lugar para que prossigamos.
A fé é como um vento está presente nas interações com as pessoas, nos símbolos, instituições e eventos. A Fé como imaginação faz a ligação como uma composição entre os elementos. A imagem que formamos na mente de coisas, valores, sofrimentos, atitudes, pode ser expressa denotando o que estamos sentindo.
Porém a imagem que temos na mente, nunca é esgotada quando tentamos descrever ou narrar esta imagem. A fé também é tentada a ser transmitida através de crenças, símbolos e instituições e etc. Ela sempre será maior que tentamos descrevê-la.
Niebuhr, trás um esclarecimento sobre a fé de forma persuasiva quando confronta a fé como um cubo, que as suas partes iguais podem ser vistas de vários ângulos desde a base. Todavia a visão do cubo por dentro, incluindo seus lados, se quiser fazer uma descrição mais concisa, deve ser pontuada. Assim é a fé, além das descrições externas, ela está interna em nós, é ainda um mistério a ser descrito e estamos envolvidos de uma forma muito importante no fenômeno que tentamos entender.
O autor ainda exemplifica a fé diferenciada como uma criança de peito quando amamentada. Quando com fome, ela é levada ao peito para a amamentação, e enquanto suga o leite prazerosamente, a mãe acaricia sua criança demostrando carinho e afeto enquanto a olha e profere algumas palavras agradáveis. Essa criança cresce num ambiente favorável ao seu desenvolvimento. A fé diferenciada é desenvolvida através dos relacionamentos com as pessoas. Nosso afeto com elas nas amizades, negócios, instituições e todas as formas de afeições, contatos e comunicações humanas proporciona nosso desenvolvimento e crescimento da fé enquanto pessoa.