Análise do texto "Juventude e adolescência no Brasil: Referências conceituais"
de Helena Wendel Abramo e Oscar Dávila León
de Helena Wendel Abramo e Oscar Dávila León
As
propostas de políticas públicas para adolescentes e jovens de baixa
escolaridade e baixa renda vêm sendo debatidas em conferências. Tanto os jovens
como os adolescentes devem ser reconhecido como sujeitos de diretos. O tema
sobre a juventude está na pauta das políticas públicas, sendo debatido em todo
território nacional. A cada época, o conceito de adolescência e juventude sofre
uma denotação e delimitação diferente, porque é proveniente de uma construção
histórica e cultural. A psicologia Geral tem usado o termo adolescência e
juventude como sinônima. Diferente das ciências humanas e ciências sociais que
tem feito divisão entre elas.
Todavia
o estudo abrangente sobre a adolescência teve seus maiores esclarecimentos e
interesse na psicologia evolutiva no século XIX e, sobretudo no século XX com o
americano Stanley Hall. Segundo o texto,
na compreensão do desenvolvimento físico a concepção de adolescência começa na
puberdade e vai desde a capacidade de reprodução passando pela maturidade,
concepção e todas as estruturas completas.
No desenvolvimento cognitivo ou intelectual as mudanças no adolescente
acontecem no pensamento, sua compreensão da cosmovisão, o entendimento na
participação social, interagindo socialmente concordando ou não com os
conceitos sociais.
Delval
conceitua a adolescência em três teorias, que segundo ele são: A teoria
psicanalítica que ocorre com a puberdade, e influencia no desenvolvimento da
sexualidade, às vezes influencia também nos relacionamentos familiares e inclui
também a aceitação ou não do convívio social, das regras sociais, às vezes
criando suas próprias regras na sociedade. A teoria social, que advém de
pressões sociais, a definição dos papéis sociais na vida do adolescente. E a
teoria de Piaget, que enfatiza as mudanças no pensamento, no processo
cognitivo.
Falando
na juventude o texto demostra que é mais referente a noção de faixa etária,
onde o indivíduo se desenvolveu e as transformações psicológicas e sociais.
Assim ele deixa a infância para entrar no mundo adulto e passa a ter
visibilidade social. Dependendo da classe e do meio, o significado de juventude
é processado diferente. A juventude é uma etapa da vida que tem as suas
próprias oportunidades e limitações, e não somente uma fase de preparação para
a vida adulta.
Alguns
abordam a juventude como um período preparatório, entre a infância e a idade
adulta. Nesta fase os indivíduos se preparam no esporte, estudos, lazer e
preparo militar e a educação como ocasião preparatória no ingresso da vida
adulta. A juventude ainda pode ser vista
como uma etapa problemática, sem limites e dependendo de cuidados das
instituições existentes. Pensando nisso no Brasil os programas de prevenção têm
por objetivo conscientizar a juventude diante dos perigos das drogas, gravidez
indesejada e doenças sexualmente transmissíveis, como também os riscos de
envolvimento dos jovens em crimes, narcotráficos e criminalidade.
Outra
visão da juventude é o jovem como ator estratégico do desenvolvimento. Eles são
adaptáveis às mudanças, às tecnologias e as causas sociais. Esta visão aposta na
juventude e na sua capacidade de transformações produtivas e competência no
mundo do trabalho via educação. Aposta nos jovens, na sua educação e
no seu engajamento social para desenvolvimento de projetos sociais e
voluntários. Outra visão de juventude
que ainda é citado no texto de Oscar Dávila Leon é a juventude cidadã como
sujeito de direitos e não juventude problema como parte responsável das mazelas
sociais.
Mas nesta visão os jovens são sujeitos de direitos, e a partir dos
anos 90, esta perspectiva vem crescendo no Brasil como o ECA, que apesar de ser
pouco conhecido da população a cada dia torna-se eficiente. No
Brasil nos anos 70, os debates políticos estavam voltados diretamente para a
juventude como solução e capacitação aos problemas sociais, desde que os jovens
ingressassem no ensino médio ou superior. Os jovens eram visto como fonte de
modernização e pronto a ingressar no desenvolvimento do país. Nos anos 70 os
jovens estão inseridos no movimento contra a ditadura, usando sua força e
habilidade contra o regime militar. No processo de redemocratização perdem sua
força e influência, e volta aos temas sobre os meninos de rua que deu origem ao
Estatuto da Criança e do Adolescente como uma das leis mais modernas do mundo.
A
partir da década de 90 os debates giravam em torno da juventude e o desemprego
na faixa etária de 16 a 24 anos, como também as drogas, e as altíssimas taxa de
homicídios entre os jovens de 18 a 25 anos. Os partidos políticos sempre usaram
a força jovem contra o regime militar, expondo temas de transformação social.
Os grupos culturais como Hip hop, reggae, rock, punk, capoeira, skate e outros
com seu diálogo de inclusão reivindicando respeito, reconhecimento e sempre
buscando o apoio e projetos com a participação pública dos jovens se destacaram
e até cresceram com apoios de seus representantes na política.
A
UNICEF em seus documentos consolida a noção da adolescência da qual o marco
legal é o ECA. Entre os muitos assuntos tratados destaca em especial os
adolescentes que vivem em situações de risco, como a exploração do trabalho, exploração
sexual, gravidez precoce, uso demasiado de entorpecente e os que moram nas
ruas. O documento garante o direito dos adolescentes e formula políticas
públicas em favor destes, visando o bem maior e uma ação social adequada.
Geziel Silva Costa
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