Desejo dizer mais uma palavra acerca das ameaças de pregadores (pregadores?) que estão revoltados com o que tenho escrito nos meus livros e neste blog.Como já disse no artigo anterior, certo pregador, em um grande congresso — realizado a menos de duas semanas em uma importante capital brasileira —, verberou contra a minha pessoa, sem economizar adjetivos, e o povo, inclusive pastores, deu glória a Deus (glória a Deus?)!Isso mesmo. Enquanto o ameaçador berrava ao microfone: “Eu quero encontrar esse Ciro no aeroporto...” ou “Esse canalha...”, crentes levantavam as mãos e gritavam: “Aleluia”.
Diante das palavras desse pregador ameaçador, eu deveria comparecer aos aeroportos, a partir de agora, de capacete, colete a prova de balas... Mas, sabe de uma coisa? O Senhor Jesus já tem me dado uma proteção muito maior do que uma armadura que preserva apenas a integridade física. Ele me deu a armadura de Deus, mencionada em Efésios 6.10-18.
A essa altura, os leitores podem estar pensando: “O que o pastor Ciro escreveu para deixar esse suposto pastor tão revoltado?” Na verdade, não é de hoje que o tal pregador verbera contra mim em grandes congressos. Soube que ele, inclusive, rasgou diante de um grande público o meu livro Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria. Em sua feroz pregação (pregação?), reafirmou que uma galinha o curou e referiu-se a um trecho da mencionada obra de maneira distorcida.Veja o que diz o referido livro, na página 40, e observe que em momento algum eu cito nomes. Faço, sim, uma ponderação quanto ao fato de ouvirmos testemunhos, no mínimo, estranhos em nossos dias e analiso uma experiência que um certo pregador teve, supostamente, com aves em um galinheiro.
“É comum, em nossos dias, ouvir testemunhos para lá de estranhos, como um que virou motivo de zombaria na Internet, pelo qual um famoso pregador afirma que galinhas, em um galinheiro, teriam sido “batizadas com o Espírito Santo”. Uma delas, inclusive, teria falado em línguas angelicais, sendo interpretada por um galo!Como servos do Senhor, não devemos interpretar a Bíblia à luz das nossas experiências, e sim estas à luz da Palavra de Deus. Qualquer experiência, por mais extraordinária e “fenomenal” que seja, se não tiver respaldo bíblico ou gerar confusão doutrinária, deve ser rejeitada. Não é por acaso que a Palavra de Deus nos ordena provar se os espíritos são de Deus (1 Jo 4.1).Os crentes da igreja de Beréia recebiam de bom grado as pregações, mas as examinavam à luz das Escrituras (At 17.11).
Imagine se um pregador, naqueles dias, dissesse que Jesus batiza galinhas com o Espírito Santo! Com certeza, considerariam tal afirmação blasfema, haja vista distorcer o propósito do revestimento de poder, dado exclusivamente às pessoas salvas, obedientes ao Senhor (At 2.39,38; 5.32).“Deus não usou a boca de uma jumenta?” — Alguém poderá perguntar. Sim, mas, naquelas circunstâncias que envolviam o mercenário Balaão, não havia ninguém, de fato, para ser usado por Deus. Trata-se, pois, de uma exceção à regra. Não vemos depois daquele episódio Deus usando outros animais para transmitir mensagens. Ah, e não nos esqueçamos de que o Diabo também usou a boca de uma serpente, no primeiro caso em que um animal falou (Gn 3.1).
“E o caso do canto do galo que despertou a consciência de Pedro?” Ora, Pedro, ao ouvir o canto do galo, lembrou-se das palavras de Jesus. Entretanto, a ave cantou normalmente, e não em línguas estranhas! E o que despertou o apóstolo, na verdade, não foi o galo, propriamente, e sim as palavras de Jesus que vieram à tona no momento em que Pedro ouviu o tal canto (Mt 26.74,75).”Ao final de sua feroz explanação, o pregador (pregador?) faz menção de meu livro mais recente, afirmando que eu me refiro a certos fenômenos que ele realiza como sendo do Diabo. Na verdade, no livro MAIS Erros que os Pregadores Devem Evitar eu faço as ponderações mencionadas na primeira parte deste artigo de maneira abrangente, mostrando que tudo — pregações, profecias, sinais, etc. — podem ter três origens: divina, humana e demoníaca. Mais uma vez, em momento algum eu cito nomes.
Mas, o que eu posso fazer se ele pensa que eu escrevi para atacá-lo?Não é apenas o pregador em apreço que está bravo. No próprio congresso havia outros famosos expoentes em sua retaguarda demonstrando indignação quanto aos meus escritos. Já prevendo isso, ao concluir o meu livro mais recente, lançado em dezembro de 2007 pela CPAD, afirmei, na conclusão da obra (página 213):“Sei que alguns desses animadores de auditório terão acesso a esta obra, e, sem nenhuma reflexão, verberarão contra este autor. Mas quero que saibam que não é comigo com quem têm de tratar. Não devem vocês se indignarem contra mim, pois não fui eu quem escrevi a Bíblia. E, se vocês não querem andar como Jesus andou nem seguir às Escrituras — repito mais uma vez —, preparem-se para aquele grande Dia, mencionado em Mateus 7.21-23!”
Portanto, caros pregadores irados, repito: Se vocês estão convictos de que estão agradando a Deus, sigam em frente. Mas, se há alguma coisa errada, à luz da infalível Palavra de Deus, reconheçam isso, peçam perdão ao Senhor Jesus, pois é com Ele com quem têm de tratar, e não comigo.
Respeitosamente,
Ciro Sanches Zibordi