Antônio Mesquita é ministro do Evangelho, jornalista e graduado em Teologia pelo Ibad (Pindamonhangaba).
Após terminar o seminário dirigiu várias igrejas na região de Catanduva, Marília (onde coordenou e ministrou aulas na primeira extensão da Escola Teológica Pastor Cícero Canuto de Lima-Belenzinho-SP) e Jales. Nestas regiões trabalhou e aprendeu com os honrados servos do Senhor, pastores José Dutra de Moraes (discípulo de Bruno Skolimovisk, Alfredo Reikdal, João Alves Corrêa e Cícero Canuto de Lima); Joel Valadares; (discípulo de Alfredo Rudzit e Cícero Canuto de Lima) e Florentino Zacarias (discípulo de Cícero Canuto de Lima).
Trabalhou em rádio, tevê e jornais como Diário da Região (um dos 5 maiores do interior de SP), em S. J. do Rio Preto e nas sucursais de Votuporanga e Catanduva. Começou no O Regional em 1972, um dos primeiros jornais de SP a adotar o sistema ofsete), na Tevê Morada do Sol (Araraquara) e Folha de São Paulo (S. José do Rio Preto).
Em 1997 mudou-se para o Rio de Janeiro ao ser contratado pela CPAD, onde atualmente, é editor-chefe do Departamento de Jornalismo e repórter do Programa de tevê Movimento Pentecostal. Atua como vice-líder da Assembléia de Deus do Fonseca, Niterói (RJ). Também é presidente do Conselho de Comunicação e Imprensa da CGADB.
É autor dos livros Tira-dúvidas da Língua Portuguesa; Ilustrações para Enriquecer suas Mensagens; Pontos Difíceis de Entender e Fronteira Final (CPAD).
Sua experiência profissional já o levou para a Europa, Oriente Médio, África e Estados Unidos, além de quase todos os Estados brasileiros.Ministra palestras sobre Comunicação, Ética e Postura Cristã, Escatologia, Doutrinas Bíblicas, Educação Cristã/Teologia, dentre outras.
Casado há 30 anos com a irmã Lucene Malfará, com quem tem três filhos, Cristian, Lilian e Élen e a neta, Livian.
Leia a seguir a entrevista que o pr bondosamente consedeu ao blog Alerta Final:
1.Alertafinal
Pr. Antônio Mesquita, como foi sua chamada para a salvação e suscetivelmente ao ministério?
Pr. Mesquita – Bem, a minha salvação ocorreu de forma paulatina. Quando criança morava ao lado de uma Igreja presbiteriana. Meus pais eram católicos romanos e também mantinham certas crenças espíritas, como o grande grupo católico. Nessa igreja, com meus irmãos, freqüentávamos a Escola Dominical. Era muito pequeno e nem mesmo lembro-me dos ensinos. Porém, a Palavra foi plantada em minha alma. Já adolescente, sentia grande luta na minha alma no que diz respeito às incertezas referentes à Eternidade, morte, Céu e Inferno. Havia uma necessidade em mim. Certa vez, o Senhor apareceu a mim em sonho. Jesus estava de vestes brancas e servia a muitos em uma grande mesa, onde eu estava também assentado nela, como um quase estranho no “ninho”. Naquele momento, perguntei a Ele o que era preciso para que eu pudesse entrar no seu Reino (Céu). Ele disse-me que seria necessário orar por uma semana. Acordei chorando.
Minha necessidade fazia com que me preocupasse. Como não havia dado sequência aos ritos católicos romanos, quis fazer isso na época, mas tinha vergonha, pois já não era criança para freqüentar o chamado catecismo. O primeiro passo foi, tempos depois, fazer o curso do Instituto de Correspondência Internacional (ICI), numa cruzada realizada em minha cidade natal, no interior de São Paulo.
Até que chegou o grande dia. Dado aos problemas enfrentados em minha casa, próprios de uma família de 12 irmãos, minha mãe converteu-se na Congregação Cristã do Brasil. Até então muitas pessoas pensavam que ela já fosse crente. Meu pai era sistemático, de sentimento nobre e de muito conhecimento empírico, herdados de meu avô, professor e oficial de Justiça. Ele lia Alan Kardec e possuía certo conhecimento bíblico, mas não se portava como um religioso fiel.
Com a conversão de minha mãe e sua ida para a Assembléia de Deus, meus irmãos começaram a se converter também, até que um deles convidou-me para ir à igreja. Foi um alívio enorme, pois eu parecia saber, de antemão, que lá teria minhas indagações respondidas. E assim foi.
A partir de então fui envolvendo-me, participando da oração pelas madrugadas no templo aos domingos e outras atividades, como auxílio nos finais de semana na reforma do templo, Escola Dominical, testemunhos, cultos ao ar livre; fui cooperando até que o Senhor me chamou – senti – em um culto evangelístico em “minha” igreja.
Desde então passei a ter mais interesse, tomei conhecimento do Instituto Bíblico das Assembléias de Deus em Pindamonhangaba (SP), o Ibad, e fui falar com o pastor. Havia um forte desejo em mim de servir ao Senhor com mais propriedade. Ele disse-me:
– O irmão pode servir ao Senhor tocando um instrumento na banda da igreja.
– Mas e o Instituto?, eu gostaria de ir estudar lá, respondi.
– Bem, então vamos entrar em contato...
Fui para Pinda e desde então passei a atuar no ministério por meio da evangelização, atividades com jovens, liderando congregação, e antes, correndo o campo para dar minha cooperação, muitas vezes com jovens. Minha viagem era de ônibus ou trem. Comia na casa do obreiro, onde também dormia. Cooperava durante o dia todo de domingo, desde manhã na Escola Dominical, depois no ar-livre à tarde, e no culto à noite. Orávamos por enfermos, para a expulsão de demônios e salvação de vidas.
Trabalhei em congregações em algumas regiões do interior do Estado e ministrei em alguns seminários. A primeira congregação que dirigi era de pau-a-pique e piso de barro batido. A luz era uma lamparina sobre o púlpito. Foi uma grande bênção.
2.Alerta final
Como educador e jornalista, qual sua análise do conhecimento bíblico na igreja hoje?
Pr. Mesquita – O conhecimento bíblico na igreja hoje está bem aquém do mínimo necessário. Daí ocorre os desvios quanto aos objetivos da Igreja. A Bíblia diz que somos salvos pelo conhecimento (de Cristo, Cl 1.24 a 2.2-3) e a ignorância é a grande arma que dá suporte à miséria tanto temporal, quanto espiritual.
Esse registro se avoluma com a absorção dos valores enunciados na Pós-modernidade. Temos a queda dos valores morais, com a forte pressão imposta pelo Relativismo e, portanto, a renúncia ao Absoluto. Aí está o segredo da desvalorização e abandono dos valores morais, com mais ênfase ao ter que propriamente ao ser. Esse sistema, idealizado a partir do Iluminismo tem afetado a igreja, ao menos em sua organização (digo isso porque a Igreja, como Corpo de Cristo e organismo vivo, não se ilude com propostas mundanas).
O advento da Teologia da Prosperidade abriu a porteira para uma avalanche de inovações. Teologia da Prosperidade, Triunfalismo, Confissão Positiva e Relativismo, são terríveis e nem sempre encarados como se deve.
Junte-se a isso a força da Rede Mundial por meio da internet e com ela a Globalização. O conhecimento passou a ser democratizado. Valores são analisados de forma equivocada e o valor moral deixou de ter idéia de riqueza (riqueza moral) para dar lugar à riqueza temporal, conforme proposta materialista, de consumo, capitalista (sem aqui analisar de forma política). A educação, base para a boa formação humana, deixou de ser prioridade, inclusive dos governos, e se agrava com a internet e a mídia como um todo, que levaram o homem ao sistema
fast food. Não há mais a preocupação de pensar, ler, buscar conhecimento por experiências próprias. Com as facilidades deixamos de ler e, em especial, de buscar por si mesmo, experiências novas, pois tudo é “comprado” pronto. Esse, talvez, seja o grande fenômeno que tem afetado a questão do interesse pelo conhecimento genuinamente cristão.
3.Alertafinal
Como a igreja tem se portado em relação as heresias e modismos teológico?
Pr. Mesquita – De modo geral, com raras exceções, a igreja tem absorvido com certa naturalidade tanto heresias quanto modismos. A força que empurra é muito forte, volumosa e quando se vê já estamos envolvidos. Há falta de revelações, da prática dos dons e tudo tornou-se simplesmente pragmático.
4.Alertafinal
A pós-modernidade tem atuado positivamente ou negativamente na igreja?
Pr. Mesquita – Conforme já disse acima, o homem pós-moderno tem concepções próprias de sua época. Os que nascem ou nasceram sob a influência do mundo pós-moderno, no Brasil sua influência passou a ser mais notável a partir dos anos oitentas, não têm outra referência, senão as idéias próprias de sua época, que devastam a sabedoria, em troca do bem-estar social e da projeção de um futuro sem Deus e uma filosofia existencial que beira a anarquia (Anarquismo).
5.Alertafinal
Quais os benefícios do conhecimento teológico para a igreja?
Pr. Mesquita – Todo crente envolvido na obra do Senhor é, em tese, um teólogo, mesmo que não seja no sentido acadêmico. Posso afirmar que o estudo sem a graça não passa de sabedoria humana, mas sob a unção divina é glorioso, pois a Bíblia (Teologia Bíblica) é de uma riqueza imensurável. Tive professores como pastor João de Oliveira, que mostrava ser verdadeira fonte de conhecimento divino, verdadeiro teólogo e de imensa sabedoria, e tantos outros.
6.Alertafinal
Seu blog tem contribuído muito para aprimorar nossos conhecimentos. Constantemente estamos acessando. Como o senhor avalia esse mundo virtual, na contribuição para a divulgação do Evangelho?
Pr. Mesquita – Nosso intuito, como jornalista e ministro do Evangelho de Cristo é comunicar, e obviamente comunicar a Boa-Notícia (Evangelho) e o mundo virtual é o meio de comunicação da vez e, como todos sabem, é de uma eficiência imensurável e que não pode ser descartado, mas usado para a glória do nome do Senhor por meio da transmissão de conhecimento para a edificação de muitos.
Como trabalho em jornal desde a época do chumbo e estanho – da Linotipo – o sistema quente, tenho acompanhado o avanço do sistema de comunicação o que deixa-me pasmo diante de tantas mudanças e atualização em tão pouco tempo.
7.Alertafinal
Qual deve ser a posição da igreja em relação às leis em tramitação no Congresso quanto ao aborto, células-troncos, homofobia (PL 122), casamento gay?
Pr. Mesquita – Contrária. A Igreja deveria agir mais como Voz do que propriamente Eco. Como para isso implica renúncia, não se vê tal interesse. Digo isso tendo como referência João Batista. Ele não precisou envolver-se politicamente para ter o respeito de políticos como Herodes. A Bíblia informa que “Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia”, Mc 6.20
A vida de João Batista era modesta, a notar pela apresentação do seu esteriótipo, pois ele renunciou os benefícios advindos da linhagem sacerdotal, que tinha direito, onde seria mais um eco, e preferiu ser uma Voz (que clamou no deserto).
8.Alertafinal
Como o senhor concilia livros, revistas, palestras, aulas etc?
Pr. Mesquita – Quanto aos livros vou escrevendo à medida que surge a idéia ou tema. Quando aparece outro tema mais interessante ou sazonal, paro o primeiro e dou seguimento ao segundo e depois vou atualizando os dois, sempre dando prioridade ao mais interessante para o momento. Como agora. Deixei outro tema parado e investi no livro sobre a Nova Ortografia da Língua Portuguesa, que acabei de entregá-lo para o Setor de Livros da CPAD para ser editado. Minha linha editorial foge um pouco do comum, penso. Quanto aos veículos de comunicação aqui da CPAD, dedico a semana toda, e às vezes, sobram outras atividades da Casa para os finais de semana.
O espaço que sobra uso para atender convites para ministrar estudos e palestras. Do tempo restante fico em casa com a família e descanso, pois moro a 80 quilômetros do trabalho e gasto, em média, 3 horas de percurso todos os dias.
9.Alertafinal
Como surgiu a oportunidade para trabalhar na CPAD?
Pr. Mesquita – Estava em passeio no Sul quando meu filho Cristian leu no Mensageiro da Paz um anúncio endereçado a contratação de jornalista evangélico. Não me interessei, pois achava que a editora não abriria oportunidade a um profissional interiorano, mas, com a insistência de meu filho acabei enviando o currículo. Logo depois me convocaram para entrevista, fui aprovado e mudei para o Rio, onde estou há quase 12 anos.
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